ERA UMA VEZ O CINEMA


Os Deuses Malditos (1969)

cover Os Deuses Malditos

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País: Itália, 156 minutos

Título Original: La caduta degli dei

Diretor(s): Luchino Visconti

Gênero(s): Drama, Guerra

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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7.6/10 (6856 votos)

DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA

PRÊMIOS star star star star star

Sindicato dos Jornalistas Críticos de Cinema, Itália

Prêmio Fita de Prata de Melhor Direção (Luchino Visconti)

Prêmio Fita de Prata de Melhor Ator Coadjuvante (Umberto Orsini)

Prêmios Sant Jordi de Barcelona

Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro (Luchino Visconti)

Prêmio de Melhor Interpretação em Filme Estrangeiro (Dirk Bogarde)

Sinopse: “Os Deuses Malditos” tem como fundo histórico o relacionamento entre a aristocracia alemã e o Partido Nacional Socialista. O barão Joachim von Essenbeck é um magnata da indústria siderúrgica que comemora seu aniversário em sua faustosa casa. No jantar, ao mesmo tempo, anuncia que em proveito da Fábrica pactuará com os nazistas e convive com dissensões familiares, como resultado de sua decisão. Logo em seguida, o barão é assassinado e aquele que se opôs frontalmente à sua decisão é rapidamente acusado de tê-lo matado.

A convivência entre os membros da família von Essenbeck e a ascensão de Hitler é tratada de modo a exigir do espectador atenção para o detalhe. Um dos diretores mais minuciosos da história do cinema, Visconti se esmera no cuidado de detalhes cenográficos. Em “Os Deuses Malditos”, atenção para a quase inexistência de cenas externas. Ao fazer essa escolha, que não ocorre em filmes históricos como “Senso” (1954) e “O Leopardo” (1963), Visconti acentua como a mobília da mansão dos von Essenbeck passa a conviver com estandartes e insígnias nazistas.

Nesse detalhe que pode passar despercebido, um fio condutor para o espectador se antecipar aos acontecimentos da trama e, simultaneamente, perceber como a aristocracia alemã conviveu com a ascensão do nazismo. Vale destacar que no período entre guerras a nobreza alemã, portadora de valores tradicionais, também está ajustada ao capital: os von Essenbeck são magnatas da indústria; o titulo de nobreza esconde que são de fato burgueses. Ajustados ao capitalismo, nisso as desavenças e disputas familiares que levam os von Essenbeck à desagregação e à tragédia final. Nisso se entender também por que viam em Hitler aquele que os protegeriam da ameaça comunista.

Seria simplificação, no entanto, tomar “Os Deuses Malditos” pelo viés histórico e social. O que o torna uma obra prima é a maneira como Visconti retrata um universo familiar em desagregação, como ele traça o perfil psicológico de personagens num espaço em que toda sorte de promiscuidade é possível. Para quem viu “Rocco e seus Irmãos” (1960), não deixa de ser impressionante notar como Visconti não cai em maneirismos, como desloca o foco e possibilita ao espectador ver algo novo em uma mesma temática.

Um aspecto que realmente merece ser destacado no conjunto da obra de Visconti é a predominância dos conflitos de classes e, ao mesmo tempo, a inadaptabilidade da aristocracia ao mundo moderno. Com isso pode-se aproximar realidades distintas como a de “O Leopardo”, e a nobreza italiana no momento da unificação da Itália, e “Os Deuses Malditos”. Com isso, igualmente, separar os valores que movem os Salinas de “O Leopardo” e os dos von Essenbeck. Descendente da Casa de Visconti, Visconti, o cineasta, também era comunista. Essa dupla condição, talvez, lhe tenha dado elementos para que fosse o mais sincero e refinado artista a mostrar mundos antagônicos numa realidade conflitante, explosiva e decadente.

 

Elenco: